segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Educação integral, escola integral, jornada de trabalho, vida, qualidade de vida.

Escrever sobre o tema a seguir e defender o que será defendido provavelmente é comprar uma briga com as famílias dos estudantes de Ensino Fundamental I(1º ao 5º), com alguns educadores e com governantes. O tema o qual escreveremos é escola em tempo integral. Mas a discussão é bem mais ampla.
Primeira questão : quanto tempo os pais e mães passam com seus filhos diariamente? semanalmente? quanto tempo os pais e mães passam com seus filhos conversando , respondendo sobre questões que aparecem na infância ou adolescência; rindo de situações engraçadas; resolvendo problemas que aparecem?Ao responder, a resposta será pouco tempo que se resume aos finais de semana.
Verificamos hoje, diversos tipos de governas no Brasil defender a partir da LDBEN, o "direito' de se ter escola de tempo integral, muitas vezes, defendida como fator de qualidade de educação. Defendem que nesse modelo a escola funciona como um local de aprendizado amplo no qual no contraturno os estudantes tenham oficinas culturais. Nessa escola integral os estudantes terão refeição.
Mas perguntamos: Quantos teatros públicos nós temos em nossas cidades para podermos assisitir ao um bom espetáculo de dramaturgia ou musical. Quantos espaços públicos de lazer como centros esportivos temos nas nossas cidades com estrutura de clubes para podermos, por exemplo, aproveitar as tardes de sol do nosso verão nas férias escolares. Resposta: não temos.
Ou seja, querem transformar as escolas de tempo integral num local privilegiado de educação, cultura e lazer, temos aí os CIEP's do RJ; os CEU's de SP e outros prédios nesse modelo. Mas há uma pergunta: E fora da escola onde estão os espaços culturais, espaços de lazer?Onde a grande massa da população apreciará um bom espetáculo? nadar? jogar...?
Voltando ao começo do texto onde os pais e mães passarão o tempo livre com seus filhos e filhas?E há tempo livre para mães e pais passarem com seus filhos e filhas?
Será que ao invés de uma escola de tempo integral não deveríamos ter uma jornada de trabalho menor? Ao invés de 44h semanais ou 40 h como lutam os sindicalistas no Congresso Nacional, por que não 30 h semanais?
Será que se as pessoas trabalhassem menos a sociedade estaria melhor? Será que se as pessoas tivessem mais tempo para conversar e se ouvirem teríamos menos guerras, menos poluição, menos corrupção, menos fome e miséria?
Escola de tempo integral ou vida de boa qualidade em tempo integral?
Será justo acordar as 5h entrar no trabalho as 7h ou 8h e sair as 18h, chegar em casa as 19h ou 20h e ter o filho ou filha numa escola integral é ter uma vida de boa qualidade?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Como reconhecer um candidato falso

Urariano Mota *

Com a inestimável ajuda do Banco Central, divulgo a informação de como o eleitor pode identificar um candidato falso. Ele, o candidato, assim como as notas em circulação no Brasil, deve ter

Marca d´água

Assim como às notas brasileiras se recomenda, “segure a cédula contra a luz, olhando para o lado que contém a numeração. Observe na área clara, do lado esquerdo, a marca d´água em tons que variam do claro ao escuro”, ao candidato falso não se deve bem suspendê-lo contra a luz pelas orelhas, para que deixe de mentir e ser cínico. Não. Isso é uma inútil e inusitada violência. Para o eleitor despertar para a falsidade, basta ver se o candidato possui número 45, e se, do seu lado esquerdo, existe a marca d’água do que fez quando esteve no poder. Nas cédulas verdadeiras de 100 reais, por exemplo, a marca d´água é a figura da República. Nas cédulas falsas, há duas cabeças, de dois professores por sala de aula.

Registro coincidente

Nas cédulas reais, “olhando a nota contra a luz, o desenho das Armas Nacionais impresso em um lado deve se ajustar exatamente ao desenho semelhante do outro lado”.
Sempre contra a luz, entendam, não é contra o Luz para Todos. Contra a luz é fazer com que na cédula fiquem iluminadas as imagens que não se mostram contra a sombra. Se nas cédulas verdadeiras se mostram a estrela das Armas Nacionais, no falso se insinuam as Armadas Forças Nacionais, de 1964. É mais que falso, é fria.

Fio de segurança

Diz a clara informação do Banco Central que deve aparecer o “Fio vertical de cor escura embutido no papel, mais facilmente visível com a nota contra a luz, com propriedades magnéticas, que serve para leitura por equipamento eletrônico de seleção e contagem”. No real, o Fio é Maravilha. No falso, é um Frio de Segurança.

A saber: com a cara contra a sombra aparece uma pessoa amável, cordial, bom homem, católico e cristão. Por trás, o norte e patrão: “tudo pela vitória”. E vêm, como se não fossem dele, panfletos com calúnias, obscenos boatos, mentiras, canalhice, traições. Há que se pôr o candidato falso contra a luz, sempre.

Numeração

Nada mais simples, como informa o Banco Central: “São as letras e os números que identificam a cédula. Não podem existir duas cédulas de mesma numeração”. Mas como compará-las, se, na vida prática, o pobre não tem duas cédulas de dinheiro igual para comparar, e se na política o candidato falso não quer ser comparado nunca? Simples. Este é o norte e o guia para todo eleitor: onde houver 45 é falso.

Marca tátil

Esta é a menos clara e evidente instrução, porque táteis são as “marcas impressas em relevo para auxiliar os deficientes visuais a identificar a cédula”. A chave da frase são duas: “em relevo” e “auxiliar os deficientes visuais”. Na primeira, para as notas de 100, a marca tátil são três elipses. E elipses, no caso, não são bem o que se oculta, mas três círculos estreitados, como se fossem três ovos postos por ânus elipsoidais. A propaganda do falso quer nos deixar a todos como deficientes, da vista ou do entendimento. Por isso, tente pegá-lo no sorriso: verá algo mais falso que um ovo oval posto por ânus elipsoidal.

Importante:

E conclui o aviso e esclarecimento do Banco: “As notas falsas não são trocadas pelo Banco Central ou pelo governo. O dinheiro suspeito pode ser apresentado, para exame, diretamente no Banco Central ou por intermédio dos bancos”. Terrível, não? Com o dinheiro, quem contrair uma cédula falsa amarga o prejuízo ou vira bandido. Mas na política é pior: quem votar no candidato falso, terá a amargura do sofrimento por quatro longos anos, além de virar cúmplice de uma campanha bandida e ordinária. Que fazer? Que fazer para não cair no conto do vigário que promete altos salários, reajustes extras para os aposentados e décimo terceiro para o Bolsa Família?

Simples, digamos. Nas cédulas reais, está escrita a frase que os pobres sempre exclamam quando conseguem uma nota: “Deus seja louvado”! No candidato falso, com o sorriso que é uma denúncia de falsidade, tem a frase: “Em Serra eu confio”.