segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Avaliações institucionais descaracterizadas: vestibular;behaviorismo e competição.

As avaliações institucionais tem a função de verificar a qualidade da Educação oferecida, dando base para uma reflexão em torno do que é averiguado. Temos no Brasil as seguintes avaliações: Provinha e Prova Brasil que avaliam o Ensino Fundamental em conjunto com o Censo Escolar que gera o IDEB; o ENEM, o Exame Nacional do Ensino Médio e; o ENADE que avalia o Ensino Superior.
Dentre os citados aparentemente só o ENADE tem cumprido exatamente sem distorções sua função. Prova Brasil e ENEM não parecem mais exercer a reflexão necessária sobre o ensino brasileiro.
A Prova Brasil tem sido um exemplo de distorção de função. Por meio do Indíce de Desenvolvimento da Educação Básica(IDEB) redes municipais e estaduais de ensino estão usando o IDEB como forma de pressionar educadores para melhorar o desempenho de suas escolas, assim além do desconforto, devido a pressão, a competição, pois um dos " atrativos" para isso é o fato do índice valer dinheiro.Todavia, esse tipo de ação não é adequada. É o que mostra a revista Carta Fundamental de novembro em suas páginas 54 e 55, que registra a atitude do Governo estadual de Goiás e do governo municipal do Rio de Janeiro que estão colocando placas com o resultado do IDEB na porta das escolas. Com essa atitude, como declarou Francisco Soares para Carta: uma escola poderia hipoteticamente dificultar a presença de alunos mais fracos no dia da prova". Hipoteticamente? Certeza que isso acontece, infelizmente o professorado tem encontrado nessas provas a única forma de ser "valorizado"; a única forma de conseguir um "salário melhor", já que não de forma efetiva dos governos uma poli´tica pública real de valorização do magistério. Nem digo que o Governo Federal tem culpa nessa prática, mas com certeza quem a prática tem. Nem culpo os professores também.Entretanto, vale lembrar que o Chile e Nova Iorque já demonstraram que essa política platônica não dá resultado.
ENEM
O Exame Nacional do Ensino Médio(ENEM) tem sido o exemplo mais clássico de distorção da função de avaliação reflexiva sobre a Educação no Brasil. Isso devido ao seu caráter classificatório e "vestibulatório" que ele assumiu já há alguns anos, o que o IDEB, por exemplo, não tem.
A ideia do ENEM é de verificar a qualidade do Ensino Médio do Brasil e a partir de seus dados promover melhoras ou manutenção,porém, a parir da consolidação do PROUNI e mais recentemente do SISU, o ENEM tornou - se um vestibular nacional. Tal afirmação reside e se sustenta com a quantidade de cursinhos pré - vestibulares que agora também são pré - ENEM. E a avaliação tornou - se classificatória, ou seja, os estudantes fazem o ENEM e posteriormente todos verificam o ranking do ENEM, se a escola é bem classificada está indo bem caso contrário... já sabemos. Mas cadê as análises sobre quais motivos a escola está bem ou não? Será que aquela nota equivale realmente a realidade? Será que os alunos que tiraram boas notas fizeram um cursinho pré - ENEM?
Todas essas indagações se perdem no furor do PROUNI e do SISU. No furor das propagandas das escolas particulares demonstrando que elas foram as primeiras no ENEM. Primeira em quê? Treinamento?
O Libertat & Liberdade Educação não é contra o IDEB, não é contra a Prova Brasil e o ENEM, muito menos contra o PROUNI e o SISU. Pelo contrário somos a favor da maior democratização do acesso e permanência a Educação Básica, Técnica, Profissionalizante e Superior, ou seja, ao PROUNI e a o SISU, ao PRONATEC. Mas acreditamos que não podemos deixar que avaliações que são excelentes, repetimos, excelente em sua elaboração e forma, entretanto estão se perdendo no caminho do tradicionalismo.
IDEB hoje não é mecanismo de reflexão e análise, é sim uma forma de ter mais dinheiro e ganho eleitoral. o ENEM não é mecanismo de construção de politica pública para universalização do Ensino Médio de boa qualidade mas sim um vestibular. Assim como no Estado de São Paulo que o SARESP, já há muito tempo é sinônimo de bônus e agora vai passar a ser também sinônimo de notebook.

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