quinta-feira, 7 de julho de 2011

Famosa no YouTube, professora do RN recusa prêmio de empresários

A professora Amanda Gurgel se recusou, no sábado (2), a receber um prêmio oferecido em sua homenagem pela associação Pensamento Nacional de Bases Empresariais. Amanda ficou conhecida após fazer um discurso na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte a respeito da situação da educação no estado — o vídeo de sua fala foi acessado por mais de um milhão de internautas no YouTube.

A organização havia dedicado a ela o prêmio 2011 na categoria “educador de valor”. Em sua justificativa, Amanda destacou que, “embora exista desde 1994, esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora”. A premiação, segundo ela, já foi concedida “à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação”. 


“Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald’s, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva. A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades”, justificou a professora.

Amanda Gurgel — que em seu discurso na Assembleia se queixou do salário que recebe como professora e da situação do sistema de ensino no país — disse que seus projetos são “diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE”. O grupo é mantido por empresários paulistas e, segundo ela, está comprometido apenas com “a economia de mercado”, “a mercantilização do ensino e o modelo empreendedorista”.

Entre as reivindicações da professora, manifestadas em seu site pessoal, estão a valorização do trabalho docente e a elevação para 10% da destinação do Produto Interno Bruto para a educação. “Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal”, escreveu ela, antes de dizer que não poderia aceitar o prêmio.

Da Redação, com informações da CartaCapital


terça-feira, 5 de julho de 2011

Professores em greve fazem passeata no Rio de Janeiro

Centenas de professores e funcionários das escolas da rede estadual do Rio de Janeiro, em greve desde o dia 7 de junho, fizeram nesta terça-feira (5) uma manifestação no Largo do Machado, zona sul da cidade. Eles foram em direção ao Palácio Guanabara, sede do governo, para serem recebidos por autoridades.

De acordo com o diretor do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação, Tarcísio Carvalho, a greve tem a adesão de 60% dos professores e funcionários do estado, deixando cerca de 600 mil alunos sem aulas. Carvalho informou que a categoria pede um índice de reajuste salarial de 26%, enquanto a oferta do governo, divulgada nesta terça-feira (5), foi a de antecipar a incorporação prevista para 2012, o que representa na prática cerca de R$ 36 de aumento.

“Reconhecemos que é um avanço, mas muito pequeno. Ainda é muito pouco. Significa na vida de 30 mil pessoas que estão na rede estadual cerca de R$ 36. Estamos a quase um mês em greve. Nós queremos a antecipação completa do Nova Escola (programa de gratificação) e o índice de reajuste salarial. Além disso queremos o descongelamento do plano de carreira dos funcionários”, disse Carvalho.

Ação judicial
O diretor do sindicato acrescentou que existe uma ação no Tribunal de Justiça do Rio, que será julgada em dois dias, para impedir o desconto no salário dos profissionais pelos dias de greve. “Cortar o ponto dos professores e funcionários é impedir que o ano letivo se complete. Por isso esperamos que o juiz perceba, que a reposição das aulas, com a qual nós nos comprometemos, estará garantida apenas se o judiciário acertar e o governo não cortar o ponto”.

Ainda de acordo com o sindicalista, amanhã (6) haverá uma reunião com o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia. Alguns bombeiros, funcionários da rede estadual de saúde e policiais civis também compareceram ao protesto como forma de apoio.

A secretaria estadual de Educação informou que a proposta apresentada foi a de que não haveria o desconto desde que houvesse a reposição das aulas. Segundo a secretaria, de 2007 a abril de 2011, a remuneração média do professor que trabalha 16 horas semanais passou de R$ 1.123,30 para R$ 1.279,50, um crescimento de 13,91% Contudo, os que ganham menos, em início de carreira, tiveram um ganho de 52,28% no período, passando de R$ 540,64 para R$ 823,26.

A manifestação foi acompanhada por 20 membros do Batalhão de Choque da Polícia Militar, em cinco viaturas. Segundo a secretaria, a rede estadual de ensino tem 1.457 escolas, 1,1 milhão de alunos e 75 mil professores, sendo 51 mil regentes de turma.

Fonte: Agência Brasil

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=158027