sexta-feira, 29 de julho de 2011

E a palavra é : GREVE!

Já faz algum tempo em alguns Estados de um certo país igual ao nosso que professores e professoras resolveram entrar em estado de GREVE. Para alguns um ato inconsequente de uma classe que não gosta de trabalhar. Para outros uma demorada atitude tomada por uma classe tão importante para o desenvolvimento de uma nação que se levanta, aproveitando a onda e protestos no mundo. Deixo para vocês texto de Leandro Uchoas. Reflitam!

Leandro Uchoas: A educação em estado de greve

É consenso entre todas as pessoas, nos mais variados campos ideológicos. Não se constrói um país, com economia sólida, nem se conquista a emancipação das grandes massas, sem um padrão educacional de qualidade. Está no discurso de qualquer pessoa pública. Embora existam diferentes concepções do que seria “educação de qualidade”, ninguém questiona a sua centralidade em qualquer programa de governo. 

Torna-se, portanto, vergonhoso que o Brasil ainda apresente desempenho tão ruim no setor, e ainda ocupe, frequentemente, as piores posições em rankings.

Por Leandro Uchoas* 

Há de se considerar alguns avanços nos últimos anos, especialmente a partir de 2008. Entretanto, muito aquém do que se supõe num setor que, por quase unanimidade, é considerado o mais estratégico de qualquer país.
Nas últimas semanas, a educação brasileira tem chamado especial atenção dos movimentos sociais. Em um momento de sutil ressurgimento de mobilizações populares, aparece uma série de greves no setor. Os servidores das universidades federais foram um dos primeiros a decretar a paralisação. Pelo menos três estados também vivem situações de greve: Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Norte. O Espírito Santo acaba de sair de uma. Por que surgiram agora? O cenário teria mudado nos novos governos, federal ou estaduais? Seria fruto do natural reordenamento político que um novo quadro eleitoral gera?
Para o educador da UERJ, Gaudêncio Frigotto, as causas das recentes greves seriam: “a situação salarial que obriga (alguns) professores a três jornadas de trabalho; as condições das escolas onde atuam, que têm se agravado nas duas últimas décadas com o avassalador avanço do pensamento mercantil na organização dos conteúdos; e métodos de ensino, avaliação e de férreo controle sobre os professores”. Segundo ele, a declaração recente à imprensa de Wilson Risolia, secretário estadual de Educação do Rio, ajuda a explicar o problema. “Penso na educação como um negócio. A vida é assim, premia quem é melhor. Vamos fazer avaliações periódicas, que servirão de base para um sistema de bonificação”, disse Risolia.
A mobilização no Rio Grande do Norte talvez seja a mais expressiva, atualmente. Há dois meses, o país conheceu Amanda Gurgel. Em audiência pública na Assembleia Legislativa, as corajosas denúncias da professora potiguar alcançaram mais de dois milhões de acessos no youtube. Tomando por base seu exemplo pessoal, denunciou o caos na educação do Estado. “Em nenhum momento, em nenhum governo, a educação foi uma prioridade aqui. Estamos aceitando o caos educacional como uma fatalidade?”, perguntou.
Avanço quantitativoJosivan Barbosa Menezes, reitor da Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa), de Mossoró (RN), considera as greves pontuais. Para ele, o governo federal mantém a política da gestão anterior, que seria de estímulo às educações superior e tecnológica. “Durante o governo Lula, o Ministério da Educação (MEC) passou a ter uma visão mais sistêmica. Lula criou 14 universidades, fez concursos. Mas os ensinos básico e médio são, em geral, atribuições de municípios e estados. Essa greve dos servidores teve adesão de menos de 10% aqui no Rio Grande do Norte”, defendeu.
Para Frigotto, realmente houve avanços nos últimos anos. O problema, no entanto, seria a concepção de Educação. Como exemplo, ele cita o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). “O Fundeb tem o mérito de ampliar o universo do atendimento, atendendo a educação infantil e o ensino médio. Mas o aumento de recursos não é suficiente para que tenham impacto efetivo sobre as condições de trabalho, salário e infraestrutura necessárias. Aumentou-se os recursos, mas o número de alunos atendidos aumentou mais, proporcionalmente”, diz.
Para ele, os avanços recentes são apenas quantitativos. Desde a década de 1990, a concepção pedagógica que orienta a política educacional teria piorado de forma crescente. “O ideário produtivista e mercantil dominou o pensamento educacional contrapondo-se à concepção histórica crítica de educação”, afirma. No Congresso Nacional, uma série de projetos com forte apoio de certas bancadas preocupam os movimentos sociais. O PL 549, por exemplo, congelaria salários por dez anos. Também há o PL 248, que estabelece regras de demissão de servidores, e o PL 1749, que regulamenta a privatização dos hospitais.
*Leandro Uchoas é jornalista. 
Fonte: Brasil de Fato

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Para ler!

Para as pessoas que gostam de ler e para os professores  e as professoras, que também gostam de ler, e buscam fazer que seus alunos gostem do ato de ler deixo a indicação do livro "Diário de um banana" de Jeff Kinney. Com certeza uma leitura leve e gostosa a qual os estudantes vão gostar bem como professores e professoras. Desde o seu inicio quando nos apresenta sua imagem sobre o Ensino Fundamental até a sua amizade "forçada" com Rowley, o livro, quero dizer diário, narrado por Greg Heffley traz uma visão bem interessante sobre o que é ser criança na fase pré adolescente. Guardada as proporções entre realidade e a ficção, entre o contexto estadunidense com o contexto brasileiro a história ´nos leva a rir, não gostar do personagem principal e a refletir sobre o ouvir as crianças e a prestar maias atenção á elas. Quem tiver curiosidade boa leitura!! 
Livro: Diário de um banana
Autor: Jeff Kinney
Editora: Vergara &Riba

terça-feira, 26 de julho de 2011

Educação e o Neoliberalismo(Capitalismo)

Como vivemos num contexto histórico,politico e econômico caracterizado pelo ideário neoliberal fizemos um estudo, simples, apenas um trabalho de iniciação cientifica, um PIVIC, ma Universidade de Mogi das Cruzes -UMC, com a ideia de verificar o conteúdo das politicas públicas educacionais brasileiras nesse contexto, o neoliberal, e o que essas politicas influenciavam nas condições de trabalho dos professores. Entre outros autores que pesquisamos um foi de grande valor e esclarecimento, o professor Pablo Gentilli da UERJ. O professor Gentilli tem uma  produção interessante e substancial sobre a relação entre o neoliberalismo e a educação. Assim reproduzo o texto "Neoliberalismo e Educação" que achei no seguinte endereço http://www.sismmar.org.br/blog/2010/10/01/neoliberalismo-e-educacao/, acredito que esclarece de forma simples essa relação destruídora que o neoliberalismo tem com a Educação.

Neoliberalismo e Educação

Professor Pablo Gentili
É evidente que o sistema educacional está em crise, nós Professores enfrentamos ela todos os dias e sentimos os seus efeitos em nossa saúde, no rendimento dos educandos, na irritabilidade e agressividade das crianças. As salas de aulas são pequenas para acomodar o grande número de estudantes. Também sabemos listar algumas  resoluções para esses problemas, para tanto, discutimos e buscamos melhoras através de políticas públicas e uma reforma na Lei, no que diz respeito ao número de estudante por faixa etária e série/ano escolar.
Mas, na perspectiva neoliberal, os sistemas educacionais sofrem uma crise de eficiência, eficácia e produtividade devido a incompetência daqueles que trabalham nela e a ineficiência do Estado para gerenciar políticas públicas.
O argumento central na retórica neoliberal consiste em: não faltam escolas, faltam escolas melhores; não faltam professores, faltam professores qualificados; não faltam recursos para financiar as políticas educacionais, ao contrário, falta uma melhor distribuição dos recursos existentes.
Sendo assim, transformar o sistema educacional, na perspectiva neoliberal, se resume em um grande desafio gerencial, em criar estratégias de gestão que garantam a qualidade total, em reformular o perfil dos professores e flexibilizar a oferta educacional. Afinal, a falta de qualidade das instituições escolares se deve a ausência de um mercado educacional, onde a concorrência, seja um pré-requisito para que haja equidade e qualidade no campo educacional.
Nesse sistema escolar neoliberal é possível promover mecanismos que garantem a eficácia e a eficiência dos serviços oferecidos: a competição interna e o desenvolvimento de um sistema de prêmios e castigos com base no mérito e no esforço individual dos atores envolvidos na atividade educacional.
A grande operação do neoliberalismo é transferir a educação da esfera da política para a esfera do mercado, assim deixa seu caráter de direito e passa-se a condição de propriedade.
O conceito de democracia também é deturpado, na retórica neoliberal, para seus intelectuais ela é apenas um sistema político que deve permitir aos indivíduos desenvolver sua capacidade de livre escolha, principalmente dentro da esfera do mercado.
O indivíduo é considerado um proprietário que luta para conquistar/comprar propriedades, mercadorias, sendo a educação uma delas. O modelo de homem neoliberal é o cidadão privatizado, o consumidor.
Como o neoliberalismo privatiza tudo, logo, o fracasso e o êxito social também são privatizados. Os pobres são culpados pela pobreza, os desempregados pelo desemprego, se a maioria não triunfou na vida é porque não soube reconhecer as oportunidades e não houve mérito e esforço individual.
Segundo os neoliberais, a ideologia dos direitos sociais e da cidadania, que coloca todos os cidadãos em igualdade de condições para exigir seus direitos, é falsa. Pois, ela quer dar a todos aquilo que somente deveria ser outorgado àqueles que graças ao mérito e ao esforço individual conquistaram e são consumidores empreendedores.
Precisamos continuar ativos e esperançosos de que essas ideologias possam ser superadas. Devemos continuar lutando, planejando, dialogando com os movimentos sociais, professores, pedagogos, outros profissionais, para que possamos construir um Projeto Político Pedagógico, numa sociedade mais justa e igualitária, onde haja cidadãos, realmente, livres, sujeitos históricos e críticos.
Pablo Gentili é professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Modelo para SP, bônus para docente em NY é cancelado

Escolas do projeto não tiveram desempenho superior às demais, mostrou estudo.

Uma das inspirações para a rede de ensino paulista e de outros Estados, o programa de Nova York de pagamento de bônus por desempenho a professores será cancelado. A decisão foi anunciada na última semana, após estudo indicar que escolas participantes não tiveram desempenhos superiores às que ficaram fora. A pesquisa analisou os dados dos colégios desde o início do projeto (2007-2008).

O modelo de Nova York é semelhante ao da rede estadual de São Paulo, de 2008: são estabelecidas metas para cada escola, em que há grande peso para desempenho dos alunos nas avaliações; os profissionais dos colégios que alcançam o objetivo recebem dinheiro adicional. O estudo em Nova York aponta que o sistema não mudou as práticas docentes. Uma das conclusões é que o professor que recebe bônus entende que apenas foi recompensado pelo esforço que sempre teve e não que tenha buscado melhorar.
"A medida lá certamente terá impacto aqui. As redes vão parar e pensar", diz Maria Helena Guimarães de Castro, secretária de Educação da gestão José Serra (PSDB), responsável pela adoção da medida em São Paulo. Neste ano, a rede paulista pagou bônus a servidores de 70% dos seus colégios, num gasto de R$ 340 milhões. Maria Helena afirma que ainda precisa analisar melhor a decisão tomada em Nova York. "Outras redes, como a de Washington, reforçaram a política de bônus." A Secretaria da Educação de SP afirmou, em nota, que estuda aperfeiçoar seu sistema, que poderá considerar o esforço de cada escola e aspectos socioeconômicos.
O secretário estadual de Educação do Rio, Wilson Risolia, disse que, antes de implementar a política, a pasta revisou estudos para verificar erros e acertos. "Esse de Nova York diz que muitos professores não entenderam como o bônus é distribuído. Nós fizemos decreto, resolução e cartilha explicando."
Coordenadora do Instituto Ayrton Senna, Inês Kisil Miskalo diz que o pagamento por bônus deve ser abolido, para que os recursos sejam canalizados a outras ações. "É mais importante dar condição ao professor para ele ler, ir ao teatro, fazer um bom curso". "A ideia de que o sistema de incentivos pode ser decisivo por si só sempre me pareceu otimista demais", diz o economista e especialista em educação Gustavo Ioschpe. Para ele, o foco deve ser melhorar o preparo do docente.


domingo, 24 de julho de 2011

Professores e estudantes protestam em Honduras

Manifestações contra a privatização da Educação levam milhares às ruas. 
 
Milhares de professores e estudantes de segundo ensino protestaram nesta sexta-feira nas ruas de Tegucigalpa, em Honduras, contra os planos do governo de privatizar a educação pública. A manifestação começou em frente à Universidade Pedagógica Francisco Morazán e culminou cerca da Casa Presidencial, onde policiais e militares despregaram uma barreira de segurança. Trata-se do primeira greve em várias instituições educacionais e foi convocado pelo Colégio de Professores de Educação Média de Honduras (Copemh).

Um dos líderes do Copemh, Oscar Recarte, disse que não permitirão a privatização da educação pública e manterão os protestos. O presidente do Copemh, Jaime Rodríguez, sustentou que a organização não se opõe a reformas educativas, mas devem ter o consenso de diretores, professores e estudantes. O secretário-geral do Primeiro Colégio Profissional Hondurenho de Professores (Pricphma), Orlando Mejía, assegurou que assembleias informativas estão sendo articuladas para consultar com as bases.

A Federação de Organizações Magisteriais de Honduras (FOMH) assegurou que na segunda-feira adotará uma posição oficial ante um aumento salarial proposto pelo governo. O ministro de Educação, Alejandro Ventura, disse que o desemprego não é acatado a nível nacional, mas reconheceu que vários colégios permanecem fechados desde a quarta-feira.

A manifestação decorreu enquanto o presidente Porfírio Lobo celebrava a terceira rodada do diálogo político com diversos setores, desta vez vinculados ao tema da educação. No encontro, foram convocados dirigentes dos seis colégios magisteriais, organizações e sociedades de pais de família e organismos não governamentais vinculados ao ensino. Na primeira rodada, Lobo escutou os líderes dos partidos políticos e movimentos emergentes, enquanto na segunda participaram camponeses e operários de todo o país.

As propostas que surgirem desses diálogos serão enviadas ao Congresso Nacional para sua discussão e aprovação para impulsionar as mudanças que o país precisa, explicou Lobo.