quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Greve: professores acampam e fazem greve de fome em MG

Desde a noite de terça-feira (20), professores da rede estadual de Minas, em greve há 106 dias, acampam na Assembleia Legislativa do estado. Dois professores, que fazem parte da vigília, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado em favor do movimento na segunda (19).
Segundo o Sindi-UTE (sindicato que representa a categoria), cerca de 250 professores dormiram nas dependências externas da Casa. No momento, diz o sindicato, há cerca de 500 grevistas no local. Para a Assembleia, são cerca de 300 pessoas.

O objetivo da vigília, segundo Beatriz Cerqueira, coordenadora do sindicato, é sensibilizar os deputados para que não votem a proposta feita pelo governo, da qual o sindicato discorda.

Em assembleia realizada ontem, os grevistas decidiram continuar a greve por tempo indeterminado. A paralisação foi considerada "abusiva" pelo Tribunal de Justiça de MG, em decisão liminar, mas o sindicato recorreu. Confira a nota de esclarecimento do sindicato a respeito da decisão do TJMG.

Greve de fome
Dois professores da rede estadual de educação protestam desde o final da tarde de segunda-feira (19) em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. Os educadores Abdon Geraldo Guimarães e Marilda de Abreu Araújo afirmaram que estão em greve de fome por tempo indeterminado e só pretendem sair do local quando as negociações salariais entre o governo e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) forem retomadas.

"O nosso propósito é que o governo se sensibilize e abra negociação com o sindicato, porque o que ele está oferecendo não atende a categoria, e também em solidariedade aos companheiros que estão desde o dia 8 em greve. Alguns estão até sem alimento em casa. Nós vamos ficar até o dia que o governo fizer abertura (das negociações), ou que a greve chegue ao fim", disse Marilda, que é diretora do Sind-UTE e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Pauta

Foto: SindUte-MG
Assembleia de professores realizada nessa terça-feira (20) decidiu pela manutenção da greve.
A reivindicação inicial era o pagamento do piso salarial nacional, de R$ 1.187, para jornadas semanais de 24 horas. A lei federal que instituiu o piso nacional dos professores, no entanto, prevê esse valor para jornadas de 40 horas.

Agora os professores já admitem a redução do valor de forma proporcional, possibilidade reconhecida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que referendou a lei.

Após quase três meses de greve, o governo do Estado propôs o valor proporcional: R$ 712 além de gratificações. Os professores, contudo, recusaram a oferta porque o vencimento básico não distingue os professores segundo a escolaridade (nível médio ou superior).

O STF reconheceu que o piso salarial da categoria deve ser o vencimento básico, sem as gratificações. Os grevistas admitem receber os R$ 712, desde que o valor seja elevado para os professores com nível superior – possibilidade descartada pelo governo.

Como alternativa, o governo oferece o que chama de "subsídio" – soma do vencimento básico com gratificações – previsto em lei estadual. A adesão é opcional. Para 24 horas semanais, o subsídio vai de R$ 1.122 a R$ 1.932, a depender da escolaridade.

Na segunda-feira, segundo levantamento da Secretaria de Estado de Educação (SEE), 11.357 profissionais da educação permaneciam fora das salas de aula. Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), 50% dos profissionais estavam parados nessa segunda (19).

Da Redação, com Folha e Terra