quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Educação e liberdade - parte II

O fato é que estamos longe de alcançar uma ampla mudança educacional. A base de nosso sistema, a educação básica - que compreende ensino infantil, fundamental e médio(exceção feita às escolas técnicas)-, está em condição absolutamente deplorável, provocada por décadas da política de elites dominantes que nunca priorizam esse sistema, preferindo direcionar os investimentos públicos para interesses que sustentaram a corrupção e o lucro próprio ou o das grandes corporações. Um dos resultados que nitidamente denuncia a fragilidade de nosso sistema escolar é o índice de alfabetização de crianças. A escola pública, em grande parte de nosso país, ainda não está conseguindo alfabetizar seus alunos, como demonstram diversos artigos, reportagens e dados oficiais e não oficiais.
De forma constante, o ensino superior público brasileiro seguiu trajetória um pouco diferente. Desenvolveu - se historicamente à sombra dos interesses das classes dominantes, criando todavia, a partir do governo Lula, um paralelo surpreendente de oportunidades para uma nova classe média, com a emergência de expectativas e pressões que jamais poderão ser ignoradas.
Incorpora - se a isso a ampliação do ProUni e encontramos um horizonte novo e promissor, mas ainda distante da resolução das necessidades educacionais dos jovens brasileiros. Nos últimos anos dobrou a proporção de jovens de 18 a 24 anos(13,9%) cursando o ensino superior. Mesmo assim, o percentual é baixo quando comparado a diversos países - o Chile, por exemplo, que nesse campo ultrapassa 50%.
Nossa revolução educacional ainda não foi lançada. O país ainda permanece no nível do consumo alienado, sem a devida apreensão do domínio do trabalho e dos alicerces essenciais científicos e tecnológicos. Consumimos produtos sem a preocupação com a origem, com a forma ou com os fundamentos de sua produção. Não existem laboratórios de química, biologia e física em praticamente todas as escolas do ensino público fundamental e médio. Apenas uma minoria de crianças das classes de menor renda chega à universidade. No entanto, são as mesmas classes que são responsáveis pela metade do crescimento das vendas de alimentos, artigos de higiene e limpeza e bens duráveis no país. Compreender e dominar os fundamentos da energia química e elétrica é talvez mais importante do que mera utilização da TV, do computador com monitor LED ou do próprio celular. Os que criaram e os que produzem tais objetos têm a exata noção do que significa a agregação de valor quando criam, comercializam e vendem tais produtos...

Texto de José Weber Freire Macedo para o livro " Políticas Públicas para um novo projeto nacional de desenvolvimento: a experiência dos comunistas."



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ProUni promove salto econômico e social, mostra pesquisa


São Paulo – Ao todo, 73,4% dos universitários que concluíram o ensino superior em 2011 com bolsas integrais ou parciais pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), do Ministério da Educação, aumentaram sua renda individual depois de formados. Os dados são de uma pesquisa realizada pela doutora em educação pela PUC-SP, Fabiana Costa, que concedeu uma entrevista ao Seu Jornal, da TVT.
Dentre os jovens pesquisados, 72% já trabalham na área em que se formaram e 64% estavam contratados com carteira assinada e benefícios trabalhistas. “Houve uma elevação da renda individual, que se reflete na renda da família e na mobilidade social dela”, afirma Fabiana. “Existe a possibilidade de vincular conhecimento teórico com a opção de profissão. Isso amplia o leque de possibilidades e perspectivas dos jovens”.
Os pais de quase todos os jovens ouvidos pela pesquisa (90%) não possuíam diploma universitário, de acordo com o levantamento. “Eles são os primeiros universitários da família. Isso traz uma elevação do conhecimento e uma série de perspectivas e, sem sombra de dúvidas, se reflete na sua inserção no mercado de trabalho”, avalia a especialista.
É o caso da psicóloga Estela Franzin, de 30 anos, que se formou em 2011 com bolsa do Prouni. “Minha mãe era doméstica. Então, eu nunca tive oportunidade de estudar uma língua diferente e fazer uma escola com mais conteúdo”, conta. 
Para Fabiana, histórias como a de Estela trazem uma perspectiva de mobilidade social. “Se não fosse um programa como esse teríamos menos um milhão de jovens graduados hoje. Independente das críticas, ele tem uma relevância social importantíssima”.
O ProUni foi criado em 2004, no governo do então presidente Lula, para oferecer bolsas de estudo integrais ou parciais em universidades particulares a estudantes egressos de escola pública, com renda familiar de até três salários mínimos e que alcançassem pelo menos 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Em 2013, mais de um milhão de estudantes se inscreveram para concorrer a uma das 162 mil bolsas de estudo oferecidas pelo Prouni.





domingo, 27 de janeiro de 2013

Segunda chamada está disponível; matrícula em 1º, 4 e 5 de fevereiro


O resultado da segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação foi divulgado neste sábado, 26. Os candidatos selecionados terão os dias 1º, 4 e 5 de fevereiro para providenciar a matrícula na instituição de ensino que os convocou.

Na primeira edição deste ano, o Sisu ofereceu 129.319 vagas — 18% a mais em relação a 2012 —, em 3.752 cursos. Neste primeiro semestre, 101 instituições públicas de educação superior promovem a seleção de estudantes por meio do sistema. O Sisu é um ambiente virtual que seleciona candidatos a vagas em instituições públicas com base nas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Os candidatos não selecionados nesta segunda chamada podem integrar a lista de espera. O prazo de adesão vai deste sábado, 26, a 8 de fevereiro. As instituições de ensino participantes do Sisu usam essa lista para convocar candidatos a vagas remanescentes. Caso ainda haja vaga no curso de primeira opção, o candidato será convocado pela instituição que tenha a vaga disponível. Ou seja, a participação na lista de espera somente pode ocorrer na primeira opção do candidato.

Para os integrantes da lista, a convocação ocorrerá em 18 de fevereiro.

FONTE: www.mec.gov.br