sexta-feira, 29 de julho de 2016

A nova onda dos conservadores: atacar os professores

Após assistir o programa "Entre Aspas" da Globo News no dia 27/07 apresentado por Mônica Waldevogel com a professora da USP Lizete Arelaro e o sociólogo Thiago Cortês que debateram o projeto de lei "Escola sem partido"  e após ter lido o texto " Professor ganha mal?"de Claudio de Moura Castro colunista da famigerada revista Veja, percebo que há em curso um ataque à democracia e uma feroz ataque aos professores, especialmente aos de escola pública.
Primeiro vou citar as falas de Thiago Cortês no programa da Globo News. O programa visava discutir o projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados 867/2015 que recebe de seus autores o nome de "Escola sem partido" mas que na verdade é a versão atualizada da criação de órgão de censura, uma verdadeira lei da mordaça. Cortês, no penúltimo bloco para defender o projeto disse assim: " Eu sou cidadão pago impostos, tenho deveres, sigo regras, os professores não podem ter deveres, não podem seguir regras?..." Depois ele continua no mesmo teor do discurso. A partir disso, temos claramente duas percepções: 1 - Thiago Cortês não tem noção nenhuma do funcionamento das redes públicas de ensino, pois o que mais os professores seguem são deveres e regras. Com um exemplar da Constituição Federal à mão repetia isso como um mantra. O "sociólogo" Cortês desconhecedor de como funciona as redes públicas de ensino não deve imaginar que além da Constituição Federal, da Lei 9394/96 - Lei de Diretrizes e Base da Educação, além dos Projeto Políticos Pedagógicos, Plano de Ensino, Plano de Ação, Regimento Escolar além das documentações especificas de redes estaduais e municipais, Plano Nacional de Educação, Plano estadual de Educação, Plano Municipal de Educação, Diretrizes Curriculares Nacionais, Orientações Curriculares Nacionais, estaduais e Municipais. Ah! E também pagamos impostos e: 2 - O "escola sem partido" é uma forma de atacar os professores e a escola pública.
Em seguida reproduziremos o texto do reacionário Claudio de Moura Castro na Veja:

A primeira coisa a dizer que apesar da aparente habilidade matemática de Castro ele é mais um desconhecedor da legislação e do funcionamento das leis que regem as redes públicas de ensino. Pois, para se aposentar com 25 anos (mulher) e 30 (homem) é necessário efetivo exercício de trabalho em sala de aula, ou seja, desconsiderando apenas a licença - prêmio e possíveis licenças médicas de meno de 60 dias todas as outras são descontadas no tempo de serviço, tendo  o professor que completar exatos 25 e 30 anos.
E questionar se professor ganha mal é uma ofensa absurda. Tentar comparar o desempenho com salários, expõe a extrema incapacidade e novamente desconhecimento da educação pública brasileira por não considerar tantos fatores que influenciam os resultados educacionais.
Além disso, Castro demonstra um profundo desapego as conquistas trabalhistas e ao direito constitucional de greve, isso deve ser por sua fama de ser conservador e adepto(ou inepto, rsrs) ao liberalismo. Afinal escreve na oligárquica e reacionária Veja.


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